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Missões em Portel, Pará

Notícias da Província

26.10.2022 - 07:00:00 | 4 minutos de leitura

Missões em Portel, Pará

Frei José Roberto Mason |

Portel é um município do Estado do Pará e, apesar de não estar localizado dentro da Ilha do Marajó, Portel está inserido no macrossistema da Ilha. Com uma população de 63.831 habitantes, Portel tem uma área de mais de 25 mil kms quadrados, o que torna o município maior que o Estado do Sergipe.

A maioria dos habitantes vivem na cidade e o restante na beira dos rios, e por isso são chamados ribeirinhos. O transporte regular em toda a região do macrossistema da Ilha do Marajó é pelos rios e em barcos – motorizados ou não, balsas, navios; pode ser de particulares ou de transporte coletivo de pessoas e mercadorias.

As distâncias a serem percorridas são enormes e a uma velocidade baixa, se comparada com a velocidade dos carros nas estradas. A dificuldade de atender o povo de Deus que mora mais longe com frequência é muito grande. Considerando a viagem missionária nas comunidades mais distantes, com a visita as comunidades nos rios e nos seus afluentes, uma viagem pode chegar a algumas centenas de km navegados.

Portel tem uma paróquia que cobre todo o trabalho da Igreja no município. Os frades agostinianos recoletos se revezam nas viagens missionárias e nos cuidados pastorais na cidade. Cuidamos da matriz, de 8 comunidades a cidade e quase 120 comunidades nos quatro rios de Portel, sem contar seus muitos afluentes e afluentes dos afluentes. Uma viagem missionária nos rios dura de 10 a 20 dias, conforme os setores e o número de comunidades que formam os setores. Para uma melhor organização, os quatro rios são divididos em setores e, em cada um deles, há um número específico de comunidades.

A equipe que viaja no barco dorme no próprio barco, em redes. O barco se torna a casa deles e está equipado com cozinha, banheiro, escritório e área para receber os fiéis. Em cada viagem missionária, a equipe viaja de barco até a última comunidade de um setor ou grupo de setores e, voltando, vai parando em cada comunidade. O número de missionários em cada viagem varia de 3 a 5: um padre, o condutor do barco, um ajudante, um segurança em algumas áreas mais perigosas e o coordenador do setor, se estiver disponível para acompanhar nas visitas. Por causa do aumento dos piratas nos rios, em algumas áreas um segurança se faz necessário.

A visita do padre consiste em dar formação sobre um ou mais temas da Igreja, atender confissões, dar direção espiritual, realizar batismos, casamentos, primeiras comunhões, ver o estado da comunidade, ajudar no que for possível, incentivar a continuarem o trabalho de evangelização realizado em cada comunidade e estar disponível para ajudar no que for possível. Os habitantes ribeirinhos são verdadeiros heróis porque recebem a visita do padre uma vez por ano; são muitas as comunidades, grandes as distâncias, velocidade baixa de navegação e falta de mais padres para realizar os sacramentos e acompanhar as comunidades.

Cada comunidade realiza semanalmente a Celebração da Palavra no domingo, geralmente na parte da manhã. Os membros também participam de outras atividades, como orações na capela ou nas casas, a reza do terço, novena, momentos de louvor, formação e lazer comunitário.  A visita às comunidades começa, geralmente, no final da tarde e se estende noite adentro, até o padre terminar de atender todas as confissões. No dia seguinte realiza-se várias atividades e, entre elas, a missa. A visita costuma terminar com o almoço comunitário, que voltou a ser realizado depois de mais quase três anos interrompido por causa das restrições impostas pela pandemia.

Ser missionário em Portel é uma missão que cumprimos com muito amor e dedicação. Não é fácil por ser muito exigente, física e espiritualmente falando. Com a nossa entrega nas mãos de Deus e a confiança de que Ele dá a força necessária, seguimos adiantes e, junto com o povo de Deus vencemos, um rio de cada fez.

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