NOSSA PRESENÇA OAR NO MARAJÓ PÓS-PANDEMIA

Frei Tiago Coelho | Passados 94 anos desde a criação da Prelazia do Marajó pelo Papa Pio XI seguimos esperançosos depois da VI Assembleia do Povo de Deus realizada pelas dez paróquias que formamos a Prelazia. Aconteceu no último mês de julho no maior município da região, Breves-PA. Um acontecimento que foi adiado duas vezes por conta da pandemia e que marca um antes e depois na história recente de nossa Igreja Marajoara. Trata-se de atualizar as diretrizes da evangelização e catequese de acordo com o Sínodo para Amazônia.

Atualmente os frades OAR nos encontramos em três comunidades paroquiais na Prelazia do Marajó, Portel, Breves e Salvaterra. A paróquia de Portel é a maior da Prelazia tanto em extensão territorial como em número de fiéis: são 112 comunidades ribeirinhas e 10 comunidades urbanas, algumas destas últimas em estado de formação. Seguindo a geografia dos rios a paróquia de Portel – de uma ponta na outra – se estende por uma distância de 4 dias de barco. De forma semelhante, a paróquia de Breves se estende por mais de um dia de viagem até a comunidade ribeirinha mais distante. Breves é o maior munícipio dos 16 que formam a região do Marajó enquanto ao número de habitantes, concentrando cerca de 103 mil habitantes. Assim, é atendido por duas paróquias, uma das quais está sobre a responsabilidade de nossa Ordem desde sua criação: Paróquia de Sant’Ana.

Salvaterra-PA está na Costa Oriental da Ilha Grande do Marajó, é um dos menores municípios da região em extensão territorial e habitantes. Segundo o último senso, Salvaterra reúne cerca de 24 mil habitantes; e enquanto aos fiéis e extensão territorial é nossa menor paróquia OAR, concentrando “só” 32 comunidades de base em que a mais distante da Matriz se encontra a pouco menos de uma hora de carro.

A pandemia deixou em bastante evidência a chamada “Questão Social” onde nos encontramos atualmente. Desde os inícios dos anos 2000, com a implantação da Haren Alde em nossas paróquias a OAR abraçou a causa do serviço de promoção humana, principalmente, das crianças marajoaras. Com o avanço do rio do tempo os projetos se desenvolveram e foram se desdobrando além da nutrição também para o campo da educação, da saúde e na promoção de oficinas e cursos técnicos que possibilitam às famílias atendidas a desenvolver algum meio que contribua com o sustento mensal da casa.

Contudo, nossa presença OAR no Marajó se desdobra tanto na ação pastoral seguindo as Diretrizes da Igreja no Brasil que nos chega através do Sínodo da Amazônia, e na Questão Social, especialmente no que diz respeito ao cuidado e desenvolvimento integral das crianças. Atualmente, nossas três paróquias têm seus centros educacionais e catequéticos atendendo mais de 400 crianças e suas famílias, já atualizados e conforme o horizonte social proposto nos moldes de ARCORES.