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Nossa Senhora da Consolação e Correia

Notícias da Província

04.09.2023 - 07:00:00 | 6 minutos de leitura

Nossa Senhora da Consolação e Correia

No dia 04 de setembro a Ordem dos Agostinianos Recoletos celebra sua Patrona: Nossa Senhora da Consolação. Para conhecer melhor esta Devoção agostiniana apresentamos o seguinte texto retirado da pagina da fraternidade secular agostiniana recoleta da Paroquia Santa Mônica – Leblon.

| FSAR – Paroquia Santa Mônica| Leblon | Nosso Senhor Jesus Cristo, Vós que vos sensibilizastes ao ver: O povo sofrendo, os apóstolos cansados, os jovens desesperançados, os doentes tristes, as crianças esquecidas, os pobres oprimidos, os mulheres marginalizadas, e vos comprometestes e os consolastes exclamando: “vinde a mim todos que estais aflitos e eu os aliviarei” (MT. 11.29). Nós vos pedimos luz para imitar o exemplo de Maria a quem nós amamos e invocamos como nossa Mãe da Consolação. Fazei-nos, por ela, descobrir a forma de sermos solidários com aqueles que choram, com os pobres, os mansos, os que têm fome e sede de justiça,os misericordiosos, os puros de coração, os que buscam a paz e os que são perseguidos por causa da justiça.

 “Bendito seja Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pai de Misericórdia e Deus de toda consolação, o qual nos consola em toda a nossa tribulação, para que também nós possamos consolar os que estão em qualquer angústia…” (II Cor. 1, 3 – 5)

Devemos procurar a consolação junto a Deus e junto a Maria, pois ela é a mãe dos aflitos. E Jesus lembra que: “Bem-aventurados são aqueles que choram porque serão consolados” (Mt. 5, 5).

Nossa mãe sabe consolar, como ninguém, nossas aflições, pois a sabedoria divina está em seus lábios: “Os teus lábios são como o favo de que destila mel” (Cant. 4, 11). Com que doçura destilam dos lábios de Maria suas expressões de consolo.

Esta devoção mariana vem dos tempos dos santos apóstolos. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles tinham Maria por verdadeira mãe e mestra, consumada na ação do Espírito Santo, o consolador prometido. Maria é a própria consoladora do espírito, a fortaleza que reconforta os sofredores, o porto seguro dos aflitos.

Origem histórica da Correia da SS. Virgem Maria

Era de costume, na Judéia, as mulheres andarem cingidas, na cintura, com uma correia, desde pequenas, como símbolo de pureza.

A Virgem Maria também usou, como toda judia, durante toda a sua vida, uma correia, sendo com a mesma sepultada. Uma tradição muito antiga narra que por ocasião de sua morte, achavam-se, por inspiração divina, reunidos junto dela, os apóstolos, exceto São Tomé, que estava muito longe, e chegara três dias depois. Estando já sepultada a Ssm. Virgem, ele ficou tristíssimo e com grande desejo de vê-la pela ultima vez.

Os apóstolos tinham tanto amor e veneração por Maria, que carinhosamente a chamavam de mãe. E era com coração de filhos que eles, após três dias, ainda velavam o sepulcro fechado; para consolar Tomé, removeram a pedra que o fechava, porém, com espanto geral, viram que o corpo puríssimo de Nossa Senhora lá não estava, encontrando-se apenas as suas vestes e a correia, no meio de rosas, que exalavam um suave aroma.

A virgem Maria foi levada aos céus pelos anjos da corte celeste.

O apóstolo Tomé, tomou nas mãos a correia, e, cheio de consolação, venerou a preciosa relíquia, colocando-a no sepulcro novamente. Como lembrança daquele acontecimento, Tomé passou a usar uma correia semelhante à de Nossa Senhora.

Passados muitos anos, Juvenal, patriarca de Jerusalém, encontrou o sepulcro onde esteve, por três dias o corpo virginal de Maria, e lá estava a bendita correia. A Imperatriz Santa Pulquéria a fez transportar para Constantinopla e colocá-la numa magnífica igreja, construída para este fim. E assim difundiu-se a devoção da Santa Correia.

Este culto piedoso era muito querido do povo, pois São Germano, que era Patriarca de Constantinopla pelos anos 720, escreveu: “Não é possível ver vossa venerável correia, ó SS. Virgem, sem sentir-se cheio de alegria e penetrado de devoção”.

O monge Eutino, que viveu pelos anos 1098, pregando sobre ela, dizia: “Nós veneramos a Santa Correia, vemos conservar-se inteira depois de 900 anos: Cremos realmente que a Rainha do Céu cingiu-se com ela”.

Santa Mônica e a Sagrada Correia 

Uma piedosa tradição, antecedente ao achado da Santa Correia pelo Patriarca de Constantinopla, refere o seguinte: Achando-se Santa Mônica desoladíssima com a morte de seu marido e com a vida desregrada de seu filho Agostinho, pedia com insistência a Virgem Maria que lhe mostrasse como devia vestir-se para imitá-la no tempo que passou sobre a terra, após a ascensão de Jesus ao céu.

Nossa Senhora apareceu-lhe vestida de preto e cingida por uma correia de couro e disse-lhe: “Filha, seja este o teu vestido… e recebe esta correia sagrada que cingiu este corpo que deu a luz o Salvador”. E acrescentou: “Doravante cinge-te com ela e propaga esta devoção de minha santa correia, pois eu te prometo especial proteção a todos que forem cingidos e venerarem piedosamente a Sagrada Correia”.

Em tudo Santa Mônica obedeceu a Nossa Senhora e ainda conseguiu que sua filha e netas usassem os trajes penitenciais com a correia; logo em seguida teve a graça de testemunhar a conversão de seu filho. Agostinho aceitou ser batizado, e desde esse dia usou a correia, legando à sua ordem este distintivo em honra da Rainha do Céu!

Com o crescimento da Ordem Agostiniana no mundo, espalhou-se a devoção da Sagrada Correia; porém, foi somente em 1256 que o Papa Alexandre IV reconheceu-a canonicamente e em 1575 que o Papa Gregório XIII definiu a confraria com o título: “Cinturados de Nossa Senhora da Consolação de Sto. Agostinho e Santa Mônica”, como é conhecida até hoje.

Temos aqui a manifestação do amor de Deus, um amor sem medidas, um amor que é consolo para os aflitos, refugio para os pecadores e poderoso auxílio para todos os cristãos. Maria SS. é sem dúvida a maior e a mais bela das manifestações criadas pelo amor de Deus!

“Deus juntou todas as águas do oceano e chamou de mar! Da mesma forma juntou todas as perfeições e maravilhas da graça e a chamou de Maria”.

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