O prior de Salamanca: “Dia ao dia nos preocupamos porque somos uma comunidade de risco”
01.04.2020 - 17:18:18 | 3 minutos de leitura
O Convento Santo Tomás de Vilanova de Salamanca é a casa de repousa da Província.
Nicolás Vigo│Os agostinianos recoletos da província de Santo Tomás de Vilanova, que necessitam de cuidados especiais (devido a doença ou muito idosos), residem neste convento, que também está sob a proteção de Santo Tomás de Vilanova, na cidade de Salamanca (Espanha).
Doze religiosos vivem lá, oito deles bem idosos, com idades superiores a 70 anos. Há apenas um religioso com menos de 60 anos. Frei Daniel Ayala é o prior da comunidade e responsável pelo cuidado dos frades maiores, junto com outros quatro religiosos, que compartilham a tarefa de cuidar diariamente de seus irmãos de hábito.
Sabendo que o coronavírus ataca os idosos com maior virulência, conversamos com o Frei Daniel Ayala, por meio do programa da Rádio com Frei Nicolás Vigo, o programa é transmitido de segunda a sexta-feira pela rede de agostinianos recoletos do Peru: Santa Mônica Rádio (analógico e digital).
Ayala Viñaspre confessou estar ancioso por ouvir as notícias e estatísticas que são dadas na Espanha sobre as mortes e os infectados pelo COVID-19: “Estamos inquietos. Dia após dia nos preocupamos porque somos uma comunidade de risco. Além disso, existem doze de nós que vivem em comunidade e o isolamento é muito complicado”, afirmou.
Da mesma forma, ele agradeceu a Deus por não ter sido infectado por enquanto, apesar do fato de as estatísticas espanholas de contágio de padres e religiosos na Espanha serem altas: “Graças a Deus, ainda não tivemos nenhum susto durante a quarentena. Nessas duas semanas, não houve sobressaltos ou febre para nos alertar. Deus preserve nossa saúde«.
Da mesma forma, ele indicou que as medidas de prevenção aumentaram: “Intensificamos a aplicação das normas que o Ministério da Saúde orientou, como não estar muito próximo; lavar as mãos o tempo todo; o uso de luvas e máscaras, entre outros”.
Ele também afirmou que eles estão tentando criar um ambiente asséptico para que o vírus não entre: «Enfermeiras que nos apoiam no cuidado dos idosos nos ajudam nessa tarefa», disse ele.
Por outro lado, uma vez que é uma comunidade grande e que tem o estilo de vida conventual, com alguns costumes marcados, como no caso da distribuição em U no refeitório, ele explicou que isso é uma vantagem, “porque agora estamos todos sentados a uma distância de um metro para a direita ou para a esquerda. Dessa maneira, permanecemos isolados”.
O prior de Salamanca pediu para levar muito a sério a ameaça de contágio do coronavírus que já afetou muitos países do mundo: “Este vírus não distingue nacionalidades, pessoas, classes religiosas ou classe social, afeta países e pessoas. É igual a todos nós. E isso requer que cuidemos muito mais de nós mesmos. Prevenir é melhor que remediar”, concluiu.
É preciso lembrar que um jornal religioso digital publicou que 1.500 pessoas morreram na Espanha em março, incluindo clérigos e religiosos, vítimas dessa pandemia (Traduzido por Rodolfo).
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