Prior provincial: "Metade dos nossos ministérios permanecem ainda com as suas portas fechadas".
27.08.2020 - 12:45:26 | 4 minutos de leitura
Frei Miguel oferece esperança e cumprimenta pela festa de Santo Agostinho
│Nicolás Vigo│ O prior provincial, Fr. Miguel Ángel Hernández, dirige uma mensagem aos religiosos da província Santo Tomás de Vilanova, centrado na esperança e na conversão.
Ele fez mediante uma circular interna que se lerá em todas as comunidades e ministérios da Província, que compreende os países: Argentina, Brasil, Espanha, Peru e Venezuela.
Uma festa sem brilho
O religioso reconhece, que este ano, as Festas Agostinianas serão atípicas e com pouco brilho: "Neste ano a pandemia do coronavírus empenha-se em roubar o brilho e o protagonismo de qualquer outra coisa que não seja o número de contagiados, os falecidos pela Covid-19, as medidas de segurança, as diferentes medidas restritivas adotadas em cada lugar, a esperançosa promessa de vacinas, a situação dos hospitais, o retorno à normalidade, as atitudes de nossos governantes ante esta situação, etc. São tempos de tribulação, de deserto; momentos difíceis para toda a humanidade".
Do mesmo modo, reconhece a grandiosidade que a pandemia provocou, nos vários países da Província, ainda não se tenha contato com as pessoas que participam de nosso carisma: "Metade dos ministérios da nossa Província permanecem com suas portas fechadas a qualquer tipo de celebração ou de concentração de fiéis em nossas igrejas e colégios, mais especificamente: toda a Vigararia da Venezuela e do Peru, uma boa parte da Vigararia da Argentina e alguns ministérios do Brasil. Em alguns lugares já faz mais de cinco meses que as igrejas e os colégios estão fechados".
Assim mesmo, reconheceu que isto afeta a vida das pessoas e a missão dos religiosos; não obstante, exorta a refletir e olhar este momento da história com os olhos da fé: "Tudo isto é muito doloroso e traz enormes consequências de todo tipo para a nossa vida e para a vida daqueles que habitualmente trabalham e colaboram conosco. Não podemos nem devemos olhar para outro lado como se nada estivesse acontecendo. Temos que nos deixar interpelar e afetar pela situação que nos rodeia e seguir perguntando ao Senhor o que Ele quer com tudo isto, porque algum propósito deve haver no seu inescrutável pensar e querer".
Santo Agostinho, modelo de como viver em tempos difíceis
Por isso, Hernández Domínguez, exorta aos Agostinianos Recoletos, a olhar o contexto de Santo Agostinho, que soube enfrentar os tempos difíceis e enfrentá-los com sucesso: "Santo Agostinho, que também sabe de tribulações e acontecimentos que marcaram profundamente o devir da humanidade, como a queda do império romano, o assédio dos bárbaros ou as constantes heresias que pairavam sobre a Igreja, nos diz: Em algum momento você talvez ache que está abandonado porque o Senhor não atende suas súplicas no momento que você deseja. Saiba que Ele livrou do fogo os três jovens da Babilônia. Mas, porque os livrou, podemos dizer que abandonou os Macabeus? De modo nenhum: livrou tanto a uns quanto a outros1 . Visivelmente não abandonou os três jovens; ocultamente também não desamparou os Macabeus. Aos primeiros conservou a vida temporária para confundir os infiéis; aos outros, ao contrário, deu-lhes ocultamente a coroa da glória para que, depois, fossem juízes de seu ímpio perseguidor".
Não se desanimar
O Prior Provincial reconhece que, diante da experiência dos infectados, das perdas humanas e de quadros dolorosos, se podia perder a esperança; porém, encoraja a não desanimar-se, a reforçar a oração e por o acento no Ser: " Entendo que o passar dos dias vai minando nossas forças, roubando-nos a esperança e gerando um verdadeiro desânimo. Não conseguimos ver a proximidade de um fim esperançoso para toda esta situação; ao contrário, onde as coisas estavam bastante controladas lá pelo mês de março, como em alguns países de América Latina – Peru, Venezuela, Argentina e alguns Estados do Brasil - que rapidamente adotaram medidas restritivas e de combate à pandemia, hoje estão pior que naqueles primeiros momentos; e onde as coisas melhoraram, como na Espanha, hoje o retorno à normalidade ameaça converter-se em uma segunda onda do coronavírus, em um momento do retorno às aulas escolares. Incerteza, dúvidas, cansaço, desânimo, medo são sentimentos que vão se apossando de muita gente, inclusive de muitos religiosos, especialmente daqueles que, consciente ou inconscientemente, realçam, em sua vida e consagração religiosa, o fazer mais que o ser".
Frei Miguel Ángel Hernández, já se encontra na sede provincial no Leblon (Rio de Janeiro, Brasil), onde reside. Recordamos que permaneceu vários meses na Espanha, onde teve detido por conta da pandemia; porém, pôde visitar todas as comunidades desse país e acompanhar aos religiosos que viviam as mazelas da pandemia pelo coronavírus.
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